É inevitável pensar com mais seriedade e responsabilidade sobre o futuro que desejo ajudar a construir depois da maternidade. E neste momento de retrospectivas de final de ano, isso é ainda mais forte. Quando nos tornamos mães, já não somos mais um único ser. Quaisquer que sejam as decisões desse ponto em diante, elas certamente impactarão de alguma forma esses seres tão amados, nossos filhos. Para eles o meu desejo é sempre de um futuro melhor, com boa saúde, alegrias com muitas risadas e que realmente se sintam amados.
Enquanto dirigia meu carro um dia, ouvi no rádio a pergunta: “Qual o futuro você deseja ajudar a construir? “ Observei a minha volta, e me dei conta que o que mais me doía no presente, era ver cada criança e adolescente pedinte na rua. Meu coração se retorcia por dentro. E, como não há coincidências nessa vida, naquele instante o WAZE me fez passar no meio da Cracolândia, ali próximo da Estação da Luz de São Paulo, onde atingi o fundo do poço daquela minha dor. Chorei de medo e de tristeza.
Quantos talvez estivessem ali porquê realmente não nasceram nas melhores condições? Mas quantos talvez tivessem nascido no tal aclamado berço de ouro e também estavam ali, quantos? Naquele cenário, todos eram absolutamente iguais em sua dependência química. Todos nascidos de um homem e uma mulher que talvez fossem pais, e que talvez estivessem ali por não se sentirem amados? Quem seriam eles? Onde estariam os pais? Saberiam os pais ou não daquela situação? Quais motivos teriam levado eles para aquele lugar?
Sem julgamentos, eu simplesmente pensava em quais pudessem ser os motivos para aquilo tudo, e chorava. Sendo mãe de 2 crianças ainda pequenas aquilo me doía demais. Penso que nenhum de nós, em sã consciência, tenha desejado ver aquilo ao segurar um bebê no colo um dia, nenhum de nós!
Procurei conter as lágrimas e o soluçar para me perguntar: Poderia eu fazer alguma coisa para melhorar aquele cenário? Alguma coisa?
E a resposta foi sim, e ainda acredito que sim. Apesar da tristeza, logo veio a resposta. A Esperança. No futuro, o que faço hoje como profissional impactará a relação de muitas mães, pais e filhos. E como Harvard já publicou, Filho feliz é aquele que vê a mãe (e/ou pai) feliz!
Então, seja lá quais foram as dores e os aprendizados deste ano, com certeza, eles nos servirão de pontes para as oportunidades de ajudar a construir um futuro melhor.
É o último post do ano no Blog, e estou muito grata por esse aprendizado e pelo tempo aqui juntas (os). Boas Festas e Feliz Ano Novo!
Com carinho
Sumaia Thomas