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O que empresas perdem por aguardar o momento ideal para realizar mudanças com relação a licença parental?

licença parental

Recentemente fui questionada nas redes sociais sobre o que achava da licença-paternidade de 6 meses, e respondi exatamente assim: “Uma conquista excelente! E que deve ser instalada gradualmente, pois homens e mulheres não sabem lidar com isso ainda!

Os profissionais de RH frequentemente posicionam-se sobre o trabalho árduo que é conquistar condições melhores por meio de políticas, práticas e benefícios para seus colaboradores.

Do outro lado, colaboradores mães e pais, se queixam do pouco tempo para se adaptar com tantas mudanças provocadas pela chegada de um bebê, além dos desafios de montar uma rede de apoio para que ambos conciliem o emprego e resgatem o ritmo de trabalho que tinham antes da licença ou antes da ideia de ter um filho.

Não tenho conhecimento de quanto tempo levou para a SANOFI obter essa conquista (ver post anterior sobre a licença paternidade de 6 meses anunciada por essa empresa), mas me questionei há pouco: “Quantas empresas conseguirão fazer isso em 2020”? E quantas acreditam e tem genuíno interesse em fazê-lo?

A célebre frase de Mahtma Gandhi – Seja a mudança que você que ver no mundo, – é oportuna e demanda uma atitude dia após dia.

Então, qual é o impacto da espera pelo momento ideal das ações sobre o tema maternidade e paternidade no trabalho?

A falta de comunicação sobre as dificuldades e ações nesse sentido hoje em dia geram desgastes nas relações, desmotivação nos colaboradores (principalmente mulheres), diminui o engajamento e consequentemente traz desafios para a retenção de talentos. Já imaginou se a empresa ao lado (ou concorrente) for a SANOFI?

A licença paternidade de 6 meses é algo que tem grande impacto e leva tempo para ser aprovada no meio corporativo. E até que seja possível, e se torne uma lei, temos uma série de ações práticas que podem desvelar as dificuldades sobre este assunto.

Outro ponto a ser considerado é que os homens nunca viram isso antes (apesar dos movimentos de pais presentes, participativos e atuantes, desta década, desejarem isso), essa questão traz a instabilidade que as mulheres já vivem há anos. “Será que vou ser demitido na volta ao trabalho?” “Mas o que eu vou fazer todos os dias com o bebê se ele só mama no peito da mãe?” Só para dar uma ideia das perguntas que já ouvi, como afirma o diretor de RH da Sanofi em entrevista para o Valor Econômico em 05/12/2019.

“Vários homens terão receio de se ausentar por um longo período para não impactar a sua carreira”, diz diretor de RH da Sanofi.

Em contrapartida, sempre foi esperado da mulher a responsabilidade máxima pelo cuidado com o recém-nascido. Afinal de contas, não é a mulher que brinca de boneca e cuidar dos irmãos e primos mais novos desde muito jovem? Como permitir que o homem, pai da criança e marido(ou não), faça algo que foi treinado para tal?

Sabe a música:…o sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer? Pois é, tem muita oportunidade para que as mães tenham mais apoio para se recuperarem do pós parto com rapidez e acolhimento. Com isso, mães e pais de primeira viagem aprendem juntos e se desgastam menos. Entretanto, a mulher precisa permitir e aceitar que este homem pai aprenda a desempenhar tais atividades, curta esse momento único e participe de tudo tanto quanto ela – só para lembrar, o bebê só existe por conta da participação igualitária de cada parte na concepção, lembram disso, certo?

Filho nenhum vem com manual. Mães e pais também não. Aprendemos juntos!

Portanto, esse é um assunto de responsabilidade de todos querendo ser pais ou não. Trata-se do ciclo natural da vida e de seu próximo cliente. Sim, do seu próximo cliente. Ou tem alguém aí lendo e achando que isso não tem nada a ver consigo, pois não pretende ter filhos nunca?

Um beijo carinhoso

Sumaia Thomas

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