Minha certeza sobre o equilíbrio entre maternidade e carreira é marcado por este dia. 08 de novembro de 2014, foi o dia em que apresentei minha monografia para a conclusão do curso de pós graduação em modelos de gestão de pessoas na FIA Business School SP.
Quando começam as tentativas para engravidar, nunca se sabe quando chegará o resultado positivo. A expectativa sempre é alta e a melhor, mas no meu caso, eu já tinha 40 anos completos e tinha muitas amigas que passavam pelos mais diferentes procedimentos e dificuldades para engravidar naquele momento. Isso não quer dizer que eu não tinha altas expectativas, mas sim, tinha noção de realidade por saber que estava fora da curva da fertilidade. Com isso, começar as tentativas em plena pós-graduação, não seria um problema.
O resultado das tentativas apareceu logo no segundo mês, e aí foi só curtir muito um sonho que se realizava e planejar como dar conta de concluir a pós, aprender a ser mãe, conciliar a nova rotina da casa, trabalho, escolher um berçário e finalizar o curso.
Depois do nascimento da minha bebê, eu tive uma licença de dois meses na pós-graduação, que me abonava as faltas e me permitia entregar os trabalhos por e-mail. Tão logo esse tempo passou, tive que voltar a frequentar as aulas para não perder o que já tinha feito (pois essa sempre foi minha opção).
Tal opção não foi nada fácil de se realizar. As aulas eram quinzenais, as sextas no período da noite, e aos sábados o dia todo. Podem imaginar a logística das mamadas como ficou? Tive apoio das colegas de sala, da instituição e do marido que levava a bebê pelo menos na hora do almoço para eu amamentar.
Em meio ao final das aulas concluir a monografia e voltar ao trabalho estava me deixando bastante aflita, pois queria também me dedicar aos cuidados da minha filha tempo integral.
Tive a sorte de trabalhar numa empresa onde a licença maternidade era estendida, e sonhava em acompanhar cada novidade de cada fase da bebê até a volta ao trabalho para então ter apoio de um berçário.
No meu caso, o problema não era deixar no berçário, pois essa foi uma decisão em conjunta com o meu marido que também tem por objetivo apoiar profissionais no progresso da carreira. A grande questão era o tempo. Como deixar minha bebê aos 5 meses no berçário se eu poderia ficar com ela até os sete meses aproveitando o benefício de emenda de férias?
Para alguns essa problemática pode parecer simples, fácil de resolver e de muitos privilégios. Entretanto, quando olhamos para o fator humano, tudo muda. A expectativa era uma e a realidade se revelou outra. Até ter um bebê tão esperado nos braços as coisas parecem não sair bem como planejado. E é aí que precisamos ser empáticas com nós mesmas, entender o que se quer e pedir o apoio de quem entende.
Nesta situação, uma das minhas professoras me abriu os olhos de que já era hora de aceitar ajuda e fazer a adaptação no berçário, e a minha orientadora foi paciente, compreensiva, mas também profissionalmente exigente para que concluísse o trabalho com consistência e valor para nosso grupo de RH’s.
Com essa minha história desejo que reflitam sobre expectativas e as escolhas do dia a dia. Sobre o quanto realmente estamos abertas para as mudanças e os imprevistos da vida que não conseguimos controlar? Saber o que se quer de verdade é essencial para se orgulhar das decisões que tomamos.
Não só aprendi a lição, como na segunda gestação, eu voltei ao trabalho cheia de planos e depois de algum tempo resolvi empreender. Mas isso já é assunto para um outro post.
Um beijo carinhoso e até a próximo!
Sumaia Thomas