Que medo de errar é esse que nos assola? Quantas de nós sentimos culpa por ter feito ou não ter feito alguma coisa relacionada aos filhos? Coisas do tipo: a coleguinha da minha filha saiu vestida com a roupa de ballet em plena segunda-feira, mas a aula não acontece as quartas-feira. Então pergunto para a coordenadora se mudou o dia e ela responde: “Não Sumaia, está tudo certo, é que a mãe dela faz ballet com as filhas 2x vezes na semana em academia particular. Logo vem a culpa de ter esquecido algo, não é? Nós mães sentimos culpa de tudo o tempo todo!” Finalizou ela sorrindo comigo.
Verdade! A informação logo trouxe um alívio, pois que bom, eu não tinha feito nada errado! Porquê errar o dia de enviar a roupa de ballet acessa logo o alarme da culpa? Seria uma questão difícil de trabalhar? Não, não seria para mim, pois na rotina diária errar é humano e a escola deixaria minha filha participar da aula mesmo estando sem a roupa correta (mas talvez minha filha não aceitasse, rs!), mas errar com os filhos não faz parte do check list do dia a dia para nós mães.
Por que nós mães nunca queremos errar? Nem as mães mais capacitadas em suas especialidades profissionais, querem. Vejam esse exemplo: Rita Lobo, a famosa chef de cozinha que está a frente do programa Cozinha Prática e é autora de vários livros sobre o assunto, assumiu na frente de quase mil mães presentes no 4oSeminário Internacional Para Mães, que ficou apavoradana 1avez que foi cozinhar para o primeiro filho. E só depois de muitos anos escreveu o livro Comida para Bebê. (Ótima dica para as mães de primeira viagem!)
E o que há por trás desta estória? Na minha opinião, as mães atuais não querem errar, desejam ser amadas e reconhecidas em tudo e por todos. As de antigamente parecem ter encarado as mesmas situações de forma diferente, talvez, com um conformismo de que a vida de mãe era assim mesmo, foi assim com a mãe dela, avó e bisavó.
Durante a minha participação no 4oSeminário Internacional Para Mães, como participante, percebi que isso não faz mais sentido algum e que a busca por uma Maternidade Mais Leve (tema do evento) é real. E acredito, atendendo mulheres com seus diferentes dilemas, que por mais que a maternidade seja linda e desafiadora o tom de leveza só depende de nós. Depende do como encaramos os desafios diariamente, de como nos culpamos dos resultados ou das escolhas, e do quanto somos exigentes ou demasiadamente tolerantes. A gente não escolhe errar, mas também não temos o controle absoluto de tudo e um velho ditado já dizia: Errar é humano!
Com carinho
Sumaia